Passei
anos dentro de uma bolha invisível, dessas espaçosas que ocupam um
quarteirão inteiro. Uma bolha transparente e meramente ilustrativa que
me afastava de qualquer coisa imaginável da qual pudesse me tocar. Uma bolha que fiz questão de estourar por conta própria, sugar
o gás de dentro e sair por aí falando com uma voz engraçada. Uma bolha
que me privou das palavras mais ásperas e de críticas não construtivas,
mas que também tirou o chão e as rédeas da minha vida. Não consigo
mais entrar nela, é como se fosse uma casinha de boneca e não coubesse
alguém muito grande lá dentro. Não há espaço para mim, talvez já
estivesse na hora de ir embora.
Senti um
calafrio horripilante que me fez tremer dos pés à cabeça,
morrendo de medo do que encararia aqui fora, desprotegida. Foi como se
me deixassem na estrada no meio do nada, apenas com uma grama bem verde e
um sol escaldante que indicava minha solidão na sombra da areia. Foi
como mergulhar em um mar repleto de tubarões pronta para ser comida
viva. Foi como passear pela floresta durante a madrugada, tendo a
certeza de que estava sendo perseguida. Era
somente eu e minha consciência.
O que eu faria caso ela me deixasse também?
O que eu faria caso ela me deixasse também?
Esse
pé atrás durou pouco tempo, ou pelo menos acho que sim. Quando dei por
mim, tinha aceitado todos os meus erros, todos os meus acertos, todas as
minhas manias chatas, todas os meus gostos estranhos, todo o meu corpo
não trabalhado, todo o meu jeito sem jeito. Enquanto ainda era só uma
bolha, me enxergava no espelho como um borrão, tampado por uma leve
camada de proteção, que, na realidade, não me protegia. Um borrão que se
escondia atrás de fios soltos do cabelo ao vento e de maquiagens saídas
de um filme de terror. Um borrão que não fazia ideia do que era ou do
que sentia.
Sair
da zona de conforto é como entrar para uma batalha, você precisa estar certa de que está pronta para enfrentar os inimigos e, mesmo que eles vençam, terá coragem de tentar novamente. O
amor próprio é igual a uma guerra, só que não há outros alistados, é
somente você consigo mesmo travando uma briga que pode durar anos ou
dias, isso depende do quanto sabe sobre seu adversário. Convenhamos que
se não tiver a mínima ideia de onde está se metendo, é melhor rever
suas prioridades, elas estão totalmente erradas. Furar essa grande bolha
que o envolve é como se livrar de algemas pesadas: todo o peso fica
para trás.
Se amar é poder se sentir leve, apesar de tudo ou qualquer coisa.
Se amar é poder se sentir leve, apesar de tudo ou qualquer coisa.
O
amor próprio não nasce em uma árvore no centro da cidade, não é vendido
na mercearia da esquina e nem se pode pedir pelo correio, ele já vem
com a gente, intacto e pronto para o uso. No entanto, as ferramentas que nos
cercam o fazem enferrujar, quase como se fosse uma grande máquina velha e
inútil, mas não é. A partir do momento que você tem peito para entrar
em território desconhecido, aceita suas condições e consequências, tudo
se torna mais fácil. Não posso dizer que já fiz meu amor
próprio de aliado, mas tenho trabalhado nisso, com paciência e
cuidado, como deve ser.
Sempre bom entrar nessa bolha né? Muitas vezes nós não gostamos de nós mesmas o tanto que deveríamos e acabamos nos deixando levar pelos outros ou mais precisamente pelo que pensam sobre nós. Amei o texto, como sempre <3 Um beijo :*
ResponderExcluirIsso é verdade, moça. Nós paramos de enxergar o que realmente somos e o que nos agrada para dar chance a críticas não construtivas. É uma pena. Seria ótimo poder entrar sempre nessa bolha ♥
ExcluirO meu amor próprio precisa ser mais constante. Ele vem variado muito. Tem dias que ele nem aparece e em outros eu sou toda dele. Venho trabalhando nisso.
ResponderExcluirLindo seu texto
Vidas em Preto e Branco
Tente praticá-lo com mais frequência, tenho certeza de que, aos pouquinhos, tudo vai se ajeitando e ele vai se tornar um grande aliado ♥
Excluirforte, bonito e necessário. as pessoas precisam encontrar-se no amor para aprender a amar. O mundo seria outro.
ResponderExcluirbjs
www.blogmodelando.com
É exatamente isso, moça. Precisamos aprender a nos amar para depois amar os outros ♥
ExcluirAquele texto que te faz encher os pulmões e sentir uma confiança invencível. Sempre tive muito amor próprio, mas num passado não muito distante, fui perdendo ele, perdendo a confiança em mim mesma, me perdendo... Até chegar naquele ponto crítico em que temos uma escolha: falamos chega! ou deixamos a vida nos consumir. Eu disse chega e hoje estou nessa batalha intensa de manter meu amor próprio intacto e minha auto estima elevada. Não é fácil, ainda mais nos dias de hoje, que as pessoas criticam demais e ofendem com isso. Mas sigo em frente, pois se eu cair, tenho a consciência de que devo sempre levantar de queixo erguido.
ResponderExcluirVou compartilhar o post pois quero que mais pessoas leiam. Sempre me perguntam como eu superei términos de relacionamento ou como superei as decepções da vida, minha resposta é sempre a mesma, me vesti de amor próprio e fui feliz. Pois com ele, o restante não dura muito tempo, principalmente a infelicidade.
Beijos,
Última postagem ♥ Blog Gaby Dahmer ♥ Fanpage
É complicado, né? Existe uma pressão gigantesca em cima desse assunto, então ficamos meio sem saída quando estamos travando uma batalha, mas posso te afirmar que logo essa luta termina e vocês dois se tornarão grandes aliados rs. As pessoas sempre irão nos ofender com alguma coisa, principalmente quando se trata da aparência ou do que somos e do que poderíamos ser, mas não devemos escutá-las. É desgastante e doloroso. Só você sabe o que é e o que representa ♥ Fico bem feliz que tenha gostado e queira compartilhá-lo com outras pessoas.
ExcluirMenina, esse post me caiu como uma luva sabia? Há pouco tempo eu resolvi assumir meu amor próprio e sair da bolha (a qual eu chamo de minha ostrinha)... mas sair daquele conforto não é fácil realmente... nossa! Qtas e qtas vezes eu queria voltar pra minha ostrinha,fechar td e não falar com mais ninguém! Depois que saí tenho a impressão que o mundo é mt maior do que eu pensei... e com ele tem tb um mundo de críticas e pessoas que acham que sabem de td, que sempre querem derrubar a gente, mtas vezes por mero prazer de nos ver derrotados... Lutar contra isso ainda está sendo um dilema, mas que aos poucos estou aprendendo a lidar e a vencer esses medos que me cercam... "tamo jt" nessa batalha! :)
ResponderExcluirwww.mundinhodahanna.blogspot.com
Apelido amorzinho rs ♥ Realmente é complicado sair do quentinho e se deparar com um punhado de coisa ruim para lidar, como críticas e julgamentos sem nexo, mas vale muito a pena se descobrir e saber que há um mundo de possibilidades além daquela bolha de conforto. Espero que consiga superar esses medos, tenho certeza de que eles te farão mais forte e confiante.
ExcluirQue texto maravilhosoooo ! Demora para aprendermos que o amor próprio vem antes de tudo. Você não pode amar o outro se vc não se amar primeiro. Seu texto é inspirador. ❤️
ResponderExcluirO Mundo de Eulália
Isso é mesmo. Amar outra pessoa só passa a ser possível depois que aprendemos a nos amar por conta própria. Fico bem feliz que tenha gostado ♥
ExcluirPor um bom tempo eu era pura como um bebê, acreditando no melhor de todos e que todos me receberiam de braços abertos e me amariam. Com cada tropeço e decepção isso foi me amargando, amargando, amargando até que eu decidi parar de me importar. De uma forma bruta mesmo. Mas virei um robô. E sair desse estado doeu e demorou. Depois disso tudo voltei a doer incessantemente. Ai que eu decidi filtrar tudo e depender só de mim. Tudo mudou, ainda não estou 100% mas um dia chegarei lá!
ResponderExcluirwww.rumorandhorror.blogspot.com
Infelizmente isso acontece com a gente em algum momento da vida, né? Nós acabamos fechados por conta dos sentimentos ruins e fazemos disso o que realmente somos: pessoas amarguradas e frias. Mas depois, felizmente, aprendemos que isso está fora de contexto. A vida é muito mais do que algumas decepções sentimentais e emocionais. Quando aprendemos a filtrar, aprendemos a valorizar o que a vida nos proporciona ♥
ExcluirÉ como aquele chacoalhão que a gente precisa de vez em quando pra reanimar e nos fazer levantar e voltar para o campo de batalha e continuar a luta.
ResponderExcluirGostei muito do texto e das comparações que você fez.
A gente sacode a poeira e continua a caminhada ❤
Continuar é o que temos que fazer, não importa sobre o que ♥ Fico bem feliz que tenha gostado do texto e das referências, é ótimo saber disso.
ExcluirAchei o texto super íntimo e intenso. Tem sentimento em cada linha que você escreveu. Me identifiquei bastante e adorei essa ideia da bolha. O texto realmente ficou impecável. O amor próprio é o amor que eu considero mais importante. Beijos e parabéns pelo texto.
ResponderExcluirwww.brincandodeolivia.com
A gente vive dentro de uma bolha diariamente, não é? Isso acontece com qualquer coisa que nos cerca, desde sentimentos até relações. Fico bem feliz que tenha gostado do texto, de qualquer forma ♥
ExcluirTodas as pessoas deveriam ler esse texto! Demorei muito para me aceitar, me amar, até que um dia percebi que não dá pra ser quem eu não sou. É desconfortável no começo conseguir enxergar quem realmente somos, mas quando entendemos e aceitamos qual nossa essência, tudo fica simples <3
ResponderExcluirA gente demora mesmo, parece que a vida nos mostra sempre o contrário, sempre aquilo que está errado, que nos faz mal, mas tem tanta coisa boa envolvida ♥ Precisamos aprender a nos enxergar.
ExcluirOi lindona! Que texto incrível! Sair da bolha é mais difícil do que parece, mas quando saímos, nos perguntamos porque não o fizemos antes. "Se amar é poder se sentir leve, apesar de tudo ou qualquer coisa." Além de sentir leve é viver leve! É uma liberdade que muitos de nós, infelizmente, ainda não experimentaram. E talvez nunca experimentem. Parabéns pelo texto! Compartilhei com uma amiga.
ResponderExcluirBeijos
Infelizmente o que você falou é muito real. Muitas pessoas talvez nem experimentem essa liberdade e leveza. Mas só nós podemos proporcionar essa sensação ♥ Se amar é sempre um ponto positivo sobre qualquer outra coisa.
ExcluirOi Kelly, tudo bem? Sair da zona de conforto é um desafio o qual muitas pessoas as vezes não conseguem vencer. Sair significa vencer medos, enfrentar o mundo, nos arriscar, e fazer coisas que nunca fizemos antes, realmente isso assusta a maioria das pessoas. Mas devemos amadurecer, enxergar as oportunidades que aparecem quando nos abrimos à vida, e claro perder o medo de experimentar tudo novo. Ótimo texto, precisava "ouvir" algumas dessas palavras. Ótima semana pra você! Beijos, Érika ^.^
ResponderExcluirEnxergar a nós mesmos em primeiro lugar, sempre ♥ Sair da zona de conforto é complicado e doloroso em um primeiro momento, mas depois que vemos o que estávamos perdendo, muita coisa muda dentro da gente, principalmente quando se trata de olhar para si com outros olhos.
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