Já estou com saudades

Quando conheci este filme, não depositei expectativas. Acreditava que era mais um romance qualquer em que o contexto basicamente se tratava sobre desilusões amorosas. Ele não me cativou como geralmente acontece, principalmente depois das críticas que li por aí, mas queria compreender a história sem precisar das palavras alheias. Queria tirar minhas próprias conclusões e encontrar o tal ponto negativo que destruiu o filme. Só que não o achei. Não encontrei esse bendito negativismo que muitas pessoas enxergaram na história. Ela é de uma sensibilidade absurda e, mesmo tratando de um assunto sério, consegue contagiar o espectador com a intensidade dos personagens. Foi uma descoberta surpreendente e talvez até inusitada.

"Já Estou com Saudades" conta a história de duas melhores amigas que se conheceram quando ainda eram pequenas. Milly e Jess acabam se tornando inseparáveis desde o primeiro dia de aula, compartilhando momentos uma com a outra e experimentando sobre as peculiaridades da vida. O primeiro beijo, o primeiro sexo, o primeiro show. Quando adultas, a amizade das duas se prova ainda mais resistente. É por isso que, quando Milly recebe o diagnostico de um câncer de mama, Jess acaba deixando sua própria felicidade de lado para ajudar a melhor amiga. Ao longo do filme, é difícil acompanhar o sofrimento de Milly, mas ela se mostra extremamente forte e com esperanças de que tudo vai ficar bem, afinal, ela tem Jess ao seu lado.

Já estou com saudades porque o filme é exatamente sobre uma imensidão de sentimentos. Sobre perda. Sobre amizade. Sobre amor. Sobre amadurecimento. É uma história intensa do começo ao fim, com uma carga emocional pesada e ao mesmo tempo sutil. Ela nos traz para a realidade, fazendo-nos perceber o valor daqueles que estão ao nosso redor. Fazendo com que a gente pare de se importar tanto com futilidades e passe a viver de verdade. É uma história clichê sobre a dor, mas diferente também. É um filme psicológico, sem ação, sem aventura, sem romance. É sobre o amor, mas um amor raro chamado amizade.

Costumo dizer que a vida sempre cobra. Não damos valor às pessoas porque imaginamos que elas vão estar ali do nosso lado para sempre, mas pode ser que isso seja um engano. A gente vive passando por cima de tudo por conta da correria do dia a dia, mas já tentou dar uma pausa? Matar a saudade de quem não vê faz tempo? Mandar uma mensagem inesperada? Dizer à alguém o quanto ela é importante para você? Isso deveria ser de lei.