A vida é muito curta

A gente espera demais das coisas, das pessoas, dos momentos. Criamos um mar de expectativas altíssimas que derrubam a possibilidade de sair algo bonito dessa confusão barata que nunca termina. Nós matamos nossos sonhos como quem se livra de um paninho velho. Jogamos para o alto aquilo que mais nos faz bem. Nos faz sentir vivo. Real. É que essa nossa mania boba de viver com a cabeça nas nuvens e os pés grudados no chão não nos permite ir mais além. Sabe aquele ditado de que se a montanha não vem até nós, nós temos que ir até a montanha? Pois é. Acho que está mais do que na hora de colocar isso em prática. Fazer as coisas acontecerem. Literalmente se entregar para as nuvens e deixar que o mundo se transforme em um lugar incrível.

Provavelmente os noticiários não ajudam nem um pouco na tentativa frustrada de sermos uma pessoa mais leve, mas de vez em quando é necessário fechar os olhos e imaginar que ainda tem muita coisa boa perdida nas ruas da cidade. Tem muita gente só esperando para ser encontrada. Tem muitos momentos que vão cruzar com o seu caminho e você vai torcer para que o dia não amanheça. Tem muita música gostosa só aguardando o tempo perfeito para se tornar uma trilha sonora da vida. Ah! Tem tanta coisa que ainda vai fazer dos nossos dias monótonos os melhores.

Queria que mais pessoas acreditassem nisso. 

Não conheço um só ser humano que não tenha aquela dose diária de insensatez. Todo mundo é meio louco. Meio fora da casinha. E como é bom ser assim. Como é bom ter os pensamentos nas nuvens e o coração feito andorinha. Como é bom relembrar de momentos banais e sorrir sozinho. Como é bom ouvir uma canção brega e chorar junto. Como é bom ir dormir com um sorriso de ponta a ponta no rosto, geralmente proporcionado por motivos nem tão grandes assim. Como é bom sonhar acordado e dormir sem sonhar. 

Escuta, meu bem, a vida é pequena demais. Uma hora ou outra não faremos mais parte dessa imensidão. Pra que serve a vida se não for para ser vivida?