A felicidade nas pequenas coisas

Era um sábado, véspera de feriado. Aquele típico dia em que o supermercado fica extremamente cheio por conta das pessoas que preferem deixar tudo para a última hora, como diria minha mãe. Não havia nada demais nos corredores e minha guloseima preferida foi eliminada sem dó nem piedade das prateleiras. Quem dera as marcas escutassem os consumidores e deixassem aquilo que gostamos em circulação. Onde vou encontrar minha pipoca doce caramelizada e prontinha para comer agora? Me restou um pacote de salgadinhos e alguma coisa para tomar, o que me leva a ir até a sessão de refrigerantes, onde encontro uma latinha de Coca-Cola sabor especial.

Não que eu faça festa no meio do corredor, mas sabe aquela sensação de descobrir alguma coisa bacana? Essas famigeradas cocas com sabores típicos não são daqui e aparecem só em ocasiões especiais, mas a minha felicidade em encontrar dois sabores diferentes foi tão grande que quase esqueci do que estava fazendo ali, parada, olhando para uma latinha na minha mão e algumas pessoas me encarando feio por estar atrapalhando a prateleira.

Voltei para casa saltitante e com o coração cheio de alegria, aparentemente por uma coisa fútil.

É nesses pequenos detalhes que reparo o quanto a gente pode ser feliz com facilidade, mas, em vez disso, preferimos nos conectar com aquilo que não serve para nada além de causar frustração. Admito que sou mesmo uma manteiga derretida. Fico feliz com coisas bobas e situações clichês que não valem muito para a maioria das pessoas. Abro um sorriso enorme com futilidades que não são tão ruins assim. Sabe aquela encomenda que chega dos correios depois de longos dias esperando? Pareço uma criança que acabou de ganhar o brinquedo de última geração.

Mas é tão bom ser assim!

Todo mundo deveria ser um pouco mais de coração aberto. Literalmente se entregar para os momentos. Me animar por causa de um refrigerante, em um dia qualquer, não estava programado, mas me fez muito bem. Sabe... São essas pequenas coisinhas que mudam nosso dia, mas não enxergamos. Nos fazemos de cegos, surdos e mudos. Não vale a pena não viver.

É tão bom ser feliz.